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Pirapama, na língua indígena Tupi quer dizer “Peixe Bravo”. Pira = peixe. Pama = bravo. Em 1834 foi fundado um distrito às margens do Rio das Velhas de Traíras que recebeu esse nome por esse peixe ser comum na região central do estado. Primeiro pertenceu a Curvelo, depois a Cordisburgo até se tornar município em 1948 e se transformar em Santana de Pirapama. Junção do nome da padroeira do local e o significado de Peixe Grande em Tupi. Surge então, Santana de Pirapama.
O maior líder dessa empreitada de emancipação do município, foi o Padre Roque Venâncio da Silveira, o Monsenhor Roque. E é sobre ele que vamos falar hoje. Sobre ele sua história e sobre um dos destinos naturais mais lindos da nossa região que descobrimos Circuitando por aí!
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Monsenhor Roque nasceu em Piedade do Paraopeba, MG e de lá, ainda jovem, foi estudar Medicina em Diamantina. Na escola de Medicina, foi contemporâneo de Juscelino Kubitschek quando nasceu uma grande amizade. Em Diamantina decidiu seguir a vida pelo caminho de seminarista e foi transferido para Santana de Pirapama, na época, Trairas e nunca mais saiu.
Monsenhor Roque, como contam os mais antigos, era a figura mais respeitada na cidade. Entre as muitas histórias e causos, estão as constantes visitas de Juscelino ao amigo em Pirapama, a participação em cerimônias importantes como essa registrada na fotografia de 1953, quando da inauguração da ponte de concreto sobre o Rio das Velhas e a construção da pista de pouso para que lá o político pudesse aterrissar sua aeronave nas visitas.
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Uma passagem guardada com muito carinho, foi quando Monsenhor Roque deu a incumbência para a professora Dona Ana – avó do Pedro, atual Secretário Municipal da cidade.
Um dia, ela foi até o Padre para pedir alimento para ajudar algumas pessoas. Era véspera de Natal e ele além de não dar n nenhum alimento a ela, deu a incumbência de fazer o Natal para pobres na região da Vila de Fechados, distrito de Santana. Pedro conta que o pensamento da avó foi “Vou pedir leite pros fazendeiros eles não vão dar…” então no primeiro ano resolveu pedir a um fazendeiro somente, seu cunhado Geraldo Silvério, também conhecido com Geraldinho Silvero. Nos anos seguintes os demais fazendeiros também se dispuseram a doar leite. Cada vizinha fez um bolo e pronto: O que começou com leite e café se transformou em um grande lanche que é distribuído de graça na Várzea da Quina – próximo a Vila de Fechados, para toda a comunidade no Natal.
Quando Dona Ana não buscava o leite os fazendeiros locais faziam questão de levar até ela e o que era um litro de cada se transformou na doação de toda a produção de leite do dia 25 de dezembro. Costumava o Padre dizer a Dona Ana: “Dona Ana, os seus fazendeiros são ricos e não ridícos” e a incumbência de Monsenhor Roque se transformou em uma mesa farta no Natal que acontece até hoje.
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Monsenhor Roque usava sempre uma batina preta. Em todas as ocasiões, ninguém lembra dele com outra vestimenta.
No Centro da cidade, o Padre está eternizado em um busto de bronze que pode ser visitado e é um bom local para fazer uma foto e registrar o início do passeio em Santana de Pirapama.
Conta-se que em um poço próximo à Vila de Fechados só o Monsenhor Roque e outros padres podiam tomar banho. Não é sabido se é lenda ou o quê, mas fato é que o poço ficou conhecido como Poço do Padre e a meninada sempre ia até lá, inclusive nas horas de matar aula com o pensamento “se ninguém pode vir, ninguém vai descobrir que estamos aqui…”
O Poço do Padre é lindo, com água cristalina, calmo e de uma paz incrível. Fica na Vila de Fechados, que pertence a Pirapama e é de fácil acesso.
Visitar Santana de Pirapama é isso, um sem fim de histórias que se cruzam com uma natureza exuberante!
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Agradecimentos aos Secretários Municipais de Santana de Pirapama, Pedro Mauro Silvério (Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente) e Emerson Aparecido de Matos (Esporte e Lazer) e ao sobrinho de Monsenhor Roque Emérito que forma fontes fundamentais de informação.
Fotos:
Jornal Sete Dias
Pedro Mauro
Por Narly Simões